BRINCADEIRAS INFANTIS NO MEU TEMPO DE MENINO

23/05/2013 15:47

AUTOR: Humberto Lacerda

 

No meu tempo de menino

A coisa era muito boa

Todo dia a gente ria

E ninguém ficava à toa

 

Era tanta brincadeira

Tanto jeito de brincar

Pra lembrá-los deste tempo

Esta história eu vou contar

 

Foram tantas piruetas

Era tanta correria

Com saudáveis brincadeiras

Para nossa alegria

 

Muito além do futebol

Que é uma marca nossa

Tinha o Boca-de-forno

Sete cacos, bila e nota

 

Lembro da Amarelinha

Dos três toques e Congela

Brincadeira do “Se esconda”

E também do trisca-atrepa

 

Brincadeira da latinha

Era muito divertida

Mas são tantas as lembranças

Não posso esquecer do “Diga”

 

Os meninos saíam todos

E o mancha saía atrás

Ás vezes pegava um

Outras vezes, nunca mais

 

Quem lembra do Aribusca

Deve ter muita saudade

Isso sim era infância

Era infância de verdade

 

Os três toques da dedada

O pião e o carimbar

Bambolê, bilas ou buras

Mula-mula pra começar

 

Quem não lembra do Cuscuz

Tá dando uma de doido

Se derrubasse o palito

Quase perdia o “biscoito”

 

O cabinha era pra ser

Ligeiro ou se lascava

Tinha que “pegar na mancha”

Não podia dar mancada

O futebol de botão

Era febre nacional

Ganhar a competição

Era ser o maioral

 

Se fazia os campeonatos

Era muito interessante

Tinha os feras, tinha os médios

E também principiantes

 

Brincadeira do rebata

Meu e seu e a da castanha

Se sentar e não falar

É certeza que apanha

 

Mas não tinha a maldade

Que existe atualmente

Era a forma de brincar

Que fazia bem a gente

 

Carrinho de bate-bate

E de controle remoto

Era o maior sucesso

Hoje menino tem é moto

 

Videogame da Nintendo

Mega Drive, era um barato

E nisso o maior sucesso

Era o ilustre Super-Mário

 

Jogar no campo da Celpe

Era praticamente sagrado

Nesse tempo nem sabia

O que danado era gramado

 

A turma de Azarias

Os caras da Rua da Baixa

De todo canto surgia

Jogador naquela faixa

 

Soltar pipas era costume

Uma coisa tão pacata

E o auge da alegria

Era a pipa batizada

 

Até caçar passarinho

Era forma de lazer

Pegava uma baladeira

Menino que só quer ser

 

Bem-te-vi, galinha dágua

Rachanã e caboclinho

Golinha, canção e anu

Era a caça aos passarinhos

 

Tomar banho de bica

Também é de infância

Tanta chuva, tanta água

Mas aí veio a ganância

 

O homem se esganando

Por coisas capitalistas

Disto tudo que lhes falei

Algumas não há nem pistas

 

Aí vem a novidade

Essa tecnologia

Que em partes é melhor

Mas em outras, atrofia

 

O garoto é precoce

Em coisas da internet

Muitos jogos violentos

Nem tão bom quanto parece

 

Sei que as coisas sempre mudam

Pra melhor ou pra pior

Mas a infância que vivi

Dá saudades, bem melhor

 

O tempo agora é outro

A infância é controlada

Por controles cibernéticos

Controlando a garotada

 

Mas me fica a nostalgia

De um tempo sem igual

Uma infância tão intensa

E que nunca me fez mal

 

E a vida segue assim

Em um rumo tão incerto

Mas aquilo que vivi

Foi intenso e bem de perto

 

Deixo aqui o meu conselho

Aos garotos do saber

Aproveitem bem a vida

Brincando se faz viver