BRINCADEIRAS INFANTIS NO MEU TEMPO DE MENINO
AUTOR: Humberto Lacerda
No meu tempo de menino
A coisa era muito boa
Todo dia a gente ria
E ninguém ficava à toa
Era tanta brincadeira
Tanto jeito de brincar
Pra lembrá-los deste tempo
Esta história eu vou contar
Foram tantas piruetas
Era tanta correria
Com saudáveis brincadeiras
Para nossa alegria
Muito além do futebol
Que é uma marca nossa
Tinha o Boca-de-forno
Sete cacos, bila e nota
Lembro da Amarelinha
Dos três toques e Congela
Brincadeira do “Se esconda”
E também do trisca-atrepa
Brincadeira da latinha
Era muito divertida
Mas são tantas as lembranças
Não posso esquecer do “Diga”
Os meninos saíam todos
E o mancha saía atrás
Ás vezes pegava um
Outras vezes, nunca mais
Quem lembra do Aribusca
Deve ter muita saudade
Isso sim era infância
Era infância de verdade
Os três toques da dedada
O pião e o carimbar
Bambolê, bilas ou buras
Mula-mula pra começar
Quem não lembra do Cuscuz
Tá dando uma de doido
Se derrubasse o palito
Quase perdia o “biscoito”
O cabinha era pra ser
Ligeiro ou se lascava
Tinha que “pegar na mancha”
Não podia dar mancada
O futebol de botão
Era febre nacional
Ganhar a competição
Era ser o maioral
Se fazia os campeonatos
Era muito interessante
Tinha os feras, tinha os médios
E também principiantes
Brincadeira do rebata
Meu e seu e a da castanha
Se sentar e não falar
É certeza que apanha
Mas não tinha a maldade
Que existe atualmente
Era a forma de brincar
Que fazia bem a gente
Carrinho de bate-bate
E de controle remoto
Era o maior sucesso
Hoje menino tem é moto
Videogame da Nintendo
Mega Drive, era um barato
E nisso o maior sucesso
Era o ilustre Super-Mário
Jogar no campo da Celpe
Era praticamente sagrado
Nesse tempo nem sabia
O que danado era gramado
A turma de Azarias
Os caras da Rua da Baixa
De todo canto surgia
Jogador naquela faixa
Soltar pipas era costume
Uma coisa tão pacata
E o auge da alegria
Era a pipa batizada
Até caçar passarinho
Era forma de lazer
Pegava uma baladeira
Menino que só quer ser
Bem-te-vi, galinha dágua
Rachanã e caboclinho
Golinha, canção e anu
Era a caça aos passarinhos
Tomar banho de bica
Também é de infância
Tanta chuva, tanta água
Mas aí veio a ganância
O homem se esganando
Por coisas capitalistas
Disto tudo que lhes falei
Algumas não há nem pistas
Aí vem a novidade
Essa tecnologia
Que em partes é melhor
Mas em outras, atrofia
O garoto é precoce
Em coisas da internet
Muitos jogos violentos
Nem tão bom quanto parece
Sei que as coisas sempre mudam
Pra melhor ou pra pior
Mas a infância que vivi
Dá saudades, bem melhor
O tempo agora é outro
A infância é controlada
Por controles cibernéticos
Controlando a garotada
Mas me fica a nostalgia
De um tempo sem igual
Uma infância tão intensa
E que nunca me fez mal
E a vida segue assim
Em um rumo tão incerto
Mas aquilo que vivi
Foi intenso e bem de perto
Deixo aqui o meu conselho
Aos garotos do saber
Aproveitem bem a vida
Brincando se faz viver