COMO ASSIM? NÃO, NÃO DEU, NÃO DÁ.

12/03/2013 16:51

Era pra ser bom. Talvez até seja, mas não neste momento. Não desta maneira, não deste jeito. A chamada para a posse de um concurso público sempre desperta alegria no candidato que participou com êxito no certame. Mas, ás vezes, faz-se necessário refletir (e muito) antes de uma tomada de decisão. Há fatores que entram com muito peso nesta mudança: Família, amigos, projeto de vida em construção...

Recentemente, um certo candidato foi pego de surpresa ao seguir rumo a posse do que havia sido informado que assumiria: um cargo oriundo de concurso público (professor). No entanto, logo de início foi observado que as coisas não eram como deveriam ser: em vez de um termo de posse ou portaria de nomeação, os candidatos chamados (sim, foram vários) receberam a proposta de assinar um contrato por tempo determinado (04 meses) até que fosse regulamentada a chamada dos classificados no concurso, através de atos no Diário Oficial e demais trâmites legais.

Ocorre que, no referido contrato, fala-se da garantia de ser chamado quando sair o ato oficial de convocação dos concursados. Assim: o candidato assina um contrato de 04 meses, recebendo os mesmos vencimentos de um servidor efetivo ou concursado, e alegam que, durante estes 04 meses que o contrato estiver em vigor, as pessoas serão nomeadas no concurso público. O contrato serve, assim, de uma espécie de “tapa-buraco” temporário. Mas a exigência com estes classificados no concurso foi a seguinte: Que os mesmos já assumissem, de imediato, seus trabalhos nas escolas para os quais foram lotados através do contrato. Os aprovados então não teriam tempo para se organizar, para despedidas, para mudança de residência, para organizar os compromissos agendados anteriormente a este fato... Uma pressão daquelas: ou pega, ou larga, de IMEDIATO.

Mas as coisas não funcionam, melhor dizendo, não deveriam funcionar assim. Sabe-se que para um candidato assumir uma vaga em um concurso público, há tempo para o envio da documentação, assinaturas e para entrar no exercício do cargo em um prazo máximo de 30 (trinta) dias. Isso depois de ter assinado toda a documentação oficial para a posse do cargo. No caso do candidato símbolo desta história, teria que se mudar de Ouricuri para um outro município a 90 quilômetros. Isto não seria um problema, em tese. Porém, se mudar de um dia pro outro numa pressão dessa, ou seja, assumir um cargo hoje e ter que ir trabalhar no dia seguinte, sem ter ciência de um projeto político-pedagógico da escola ou da secretaria, sem saber qual o material didático (livros) que são utilizados, sem nenhuma apresentação inicial sobre as propostas curriculares, e ainda, morar em um município e trabalhar em um povoado a 30 quilômetros, tendo que voltar pra casa ao encontro de sua esposa à noite, após as aulas noturnas, em uma região considerada perigosa, fica muito difícil conciliar algumas questões.

Sabe-se que nada nesta vida é fácil, tudo tem seu preço, mas trocar toda uma rotina traçada e planejada, trocar pessoas, trocar costumes por uma diferença financeira nem tão grande assim, pode ser estimulante para os mais apaixonados por aventuras radicais, mas para quem possui sentimentos e desejos de viver uma vida com um bom custo-benefício, aí a proposta é bem mais delicada.